Feito por: Robson
Mateus
E mais
uma vez, como em todas as outras, vai-se terminando a chamada pré-temporada dos
clubes brasileiros logo nesse finalzinho de janeiro, e começando logo em
seguida, as partidas oficiais nesta nova temporada pelo Brasil inteiro.
É legal
e bacana saber que, novamente, as grandes equipes brasileiras irão voltar ao
cenário futebolístico em mais um ano que se segue. O torcedor vai voltar aos
estádios, apostas vão ser formadas, elencos vão ser chamados favoritos ao
título e bla,bla,bla.
Bem, mas o motivo da postagem aqui, no
entanto, é um pouco diferente e mais emotiva do que todas as outras postadas
anteriormente. Esse motivo, nada mais é que, uma sensação de tristeza e
preocupação com o desfalecimento dos campeonatos do início deste semestre. Para
bons entendedores, sabem que eu estou me referindo aos Campeonatos Estaduais no
Brasil, que a cada ano que se passa, vai ficando mais bajulado e muito mais
“inhaquento”.
Não sou
contra o fim dos estaduais- muito pelo contrário- e nem tão pouco do fim dos
times menores que compõem este enorme país chamado Brasil. Sou a favor dos estaduais, porém, de uma forma mais adequada e muito mais correta, organizada,
limpa. Assim como a Premier League e os diversos outros campeonatos mundo a
fora, concordo plenamente que os clubes menores, ao final do Paulistão,
Gauchão, Campeonato Baiano ou Cearense, fossem aproveitados ou recondicionados
aos campeonatos ou torneios criados no decorrer das temporadas. Sejamos bem
conscientes que, é uma falta de respeito e uma falta de simplicidade enorme
deixar milhões e milhões de profissionais desempregados e sem receber seu
humilde salário por cinco ou seis meses seguidos.
Todas as
vezes que converso com amigos e colegas sobre o nosso futebol local, sempre
aviso que o nosso campeonato e a nossa temporada fosse parecida com a das
equipes europeias. Os Estaduais poderiam existir sim, senhor, mas ao final
deles, as equipes menores como, XV de Piracicaba, Lajeadense,Vitória da
Conquista, Maranguape, Asa de Arapiraca e entre outros, fossem colocados em
divisões para que fossem aproveitadas e não perdessem toda aquela disposição
que tiveram no início do semestre. Seria um pouco complicado imaginar como
seria isso, não é verdade, pois sempre ficamos duvidosos e tentando achar
algumas respostas sobre tal questão: Como faria todo esse processo com pouco
dinheiro?
Sei que
isso é muito complicado de se responder, e essa discussão entraria em começo e
com certeza não haveria fim. Mas por incrível que pareça, há sempre uma
solução.
Na
Premier League, por exemplo, as cotas são divididas em três fases para os
clubes ingleses. A primeira é dividida igualmente entre os 20 clubes da
primeira divisão. Na temporada 2013/14, essa cota foi de € 65,5 milhões. A segunda cota é
chamada de “mérito”, que é paga de acordo com a posição do time na tabela. Já a
Terceira fase é a da Tv. A cada jogo transmitido, o time ganha um total de
dinheiro arrecadado que os próprios donos da Premier os dão. É como se em um
jogo entre Flamengo e Corinthians passasse na Tv e houvesse uma grande
audiência neste jogo. Com isso, os dois clubes iriam ganhar um total pelo
arrecadamento que fizeram
É um
campeonato bastante interessante, sem falar das Copas que têm pela Inglaterra,
onde que há possibilidades de clubes de 4º ou 5º Divisão pegar os gigantes da
Terra da Rainha.
Imagine
só em um Campeonato Brasileiro se a Chapecoense ou o América Mineiro ganhasse a
mesma cota que Flamengo e Corinthians. Imagine só se todos os jogos, dependendo
se fosse grande ou não, os estádios brasileiros vivessem lotados, com torcidas
gritando e bandeiras sendo balançadas inúmeras vezes. Sei que nos Estaduais, o
Padrão Premier seria um pouco mais complicado de se fazer, mas dava pra dar
aquela forcinha para que os clubes menores fossem beneficiados.
Mais uma
vez, imagine só se numa Copa do Brasil, o Sertãozinho, clube paulista, recebesse
o Flamengo em apenas um jogo único pelo Torneio e desclassificasse a equipe
carioca. Se o Madureira eliminasse o Internacional e etc.
Se
formos para o lado bom e voltarmos para o cenário local, seria bem bacana o
jeito e a forma de se ver o nosso futebol brasileiro. Seria completamente
diferente, talvez muito mais visto e muito mais fantástico de se destacar. O
problema é que as coisas são bem complicadas no nosso país, sendo que as
condições e o jeito de se trabalhar aqui são completamente desiguais dos
europeus.
Pra você
ver que as coisas estão difíceis no nosso país, destacarei dois campeonatos
estaduais e algumas anomalias que os mesmos a compõem.
-
CAMPEONATO CARIOCA
Era para
muitos, o campeonato mais charmoso do Brasil. A concorrência e o ritmo dos
jogos eram completamente diferente dos demais. Torcidas apaixonadas, Maracanã
lotado... Infelizmente tudo mudou. A FERJ,intrigada com Flamengo e Fluminense,
por estarem descontentes com o próprio campeonato, manipula as outras equipes e
ameaça a dupla Fla-Flu a diminuírem e “tomarem” as cotas de ambas ao decorrer
do Estadual. Botafogo e Vasco andam numa crise quase que eterna, sendo ambas
sendo chacotas de muitos e se reversando para quem fica na Série A e vai para
Série B do Campeonato Brasileiro de ano em ano. Maracanã está interditado, Engenhão
também. Chega!
-
CAMPEONATO CEARENSE
No final
do ano passado para o início deste, equipes como Guarany de Sobral, Tiradentes
e Itapajé, soltaram farpas para quem ficaria na classe alta do Estadual. Tudo
começou quando a equipe sobralense ocasionara irregularidades nas documentações
de seus jogadores. O Guarany foi ameaçado de ser rebaixado para a Série B do
Cearense, porém, com a decisão do Tribunal Cearense de Futebol o clube de
Sobral acabou permanecendo, deixando assim, o Tiradentes na Série B. Porém o
caso foi novamente parar no tribunal, e de uma hora pra outra, o Tigre da PM e
o Cacique do Vale permaneceram na Elite do Cearense. Sobrou pro Itapajé,
pequeno time do interior e que vai brigar pelos seus direitos. Tanta coisa
errada e que parece que não terá fim. E olha que o Campeonato já começou.
Esses
Estaduais, infelizmente, estão a cada dia mais vivendo seus anos de tristeza e
calamidade, pois muito dos dirigentes que compões as suas federações fazem
deles uma vergonha. Os Estaduais e o Brasileirão precisam mudar, precisam ser
revistos. São os clubes que precisam sair desta monopolização, precisam acabar
com toda essa mesmice.
Eu não
quero um fim do Estadual, nem o fim do Brasileirão, mas eu quero ver novidades,
quero ver mudanças e mais mudanças. Os torcedores, os jornalistas, eu, você,
sua família, seus amigos, precisam ver que o futebol brasileiro não é apenas
cinco estrelas no peito, não é apenas um verde e amarelo. Eu espero que
futuramente- e espero estar vivo ainda- que os clubes e o futebol se
modifiquem, inovem seus jeitos e modelos de ver o futebol. Deixem os clubes
fazerem suas Ligas e assim deixando a CBF apenas dona da Seleção Brasileira. A
Era de Colônia já passou, virou história.
E assim como essa história, os clubes
brasileiros, grandes e pequenos, precisam fazer a sua. Esse mimimi já está
chato, precisamos mudar o jeito de se ver o futebol. Vamos lá!
- ALGUNS DADOS
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Cotas e lucros da Premier League a temporadas atrás. Fonte: Globoesporte.com |
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Como seria o Campeonato Brasileiro estilo Premier League Fonte: Diário de Pernambuco |